domingo, 12 de fevereiro de 2012

A difícil arte de conviver


Skinner direciona seu trabalho nos comportamentos observáveis, então para ele quanto mais sabemos sobre o comportamento alheio, melhor compreendemos a nós mesmos.         


Já Vigotsky o individuo se constitui como pessoa, e é fundamental que ele se insira num determinado ambiente cultural. A essas mudanças que ocorrem nele, ao longo de seu desenvolvimento, estão ligadas à interação dele com a cultura e a história da sociedade da qual faz parte. Por isso, e de acordo com os conceitos desenvolvidos por Vygotsky, o aprendizado envolve sempre a interação com outros indivíduos e a interferência direta ou indireta deles. E, talvez, o maior desafio no relacionamento com o outro não seja a compreensão do outro, mas a compreensão de si mesmo.

Desta maneira no trato com o outro, precisamos, ao mesmo tempo, ter a noção de que lidamos com alguém diferente de nós, com uma história de vida diferente da nossa, com expectativas diferentes das nossas, mas que também, sente como nós, ama como nós e tem sonhos como nós.

Podemos observar no ser humano um mundo interior tão rico em representação simbólica, que o que determina a forma dele agir e interagir diante do mundo externo é a forma como ele interpreta esse mundo externo, balizado pelas suas representações interiores.

Na interpretação da sua interação com o mundo exterior, e da sua relação com o outro, o ser humano se depara com um outro ser ao mesmo tempo tão igual e tão diferente dele mesmo, precisando aprender a lidar com todo o conflito gerado pelas identificações que faz com esse outro e pelos sentimentos escondidos nos recantos mais sombrios da alma, e que são despertados nessa relação com o outro.

Mais do que servirem para destacar as diferenças entre cada ser e a impossibilidade de se tornarem seres iguais, e assim incapazes de conviverem, os conflitos gerados na relação com o outro podem, e devem, ser aproveitados como ferramentas de transformação e como oportunidades de auto-conhecimento e crescimento pessoal.

Então para que os conflitos se convertam em ferramentas de transformação, algumas palavras precisam ser incluídas de forma sublinhada e negritada em nosso vocabulário, entre elas: a tolerância; a flexibilidade; o perdão; a aceitação do outro como um ser imperfeito, aliais, reconhecer que também não somos perfeitos; aprender a enxergar verdadeiramente o Outro, e não apenas o que nos incomoda no outro; enxergar além das divergências; aprender que, na maioria das vezes, as pessoas erram na tentativa de acertarem; aprender a Escutar o outro; aprender que podemos discordar das opiniões sem precisar discordar das pessoas, e que também, podemos aceitar a opinião do outro, sem a necessidade de nos sentirmos diminuídos por isso; aprender que nem sempre é necessário encontrar um culpado; aprender que só podemos mudar o outro buscando a nossa mudança primeiro.

Podemos ceder à tentação do caminho mais fácil ... ou aceitar o desafio da superação, mas sempre sabedores de que somos seres sempre em construção, e que o único caminho que temos para desenvolver a inteligência emocional é praticando. 

Para tanto fica o pensamento:  A sabedoria superior tolera; a inferior julga; a superior alivia, a inferior culpa; a superior perdoa; a inferior condena. (Augusto Cury)



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