segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sexualidade X Deficiência Intelectual


No livro "Sexualidade e Deficiência Mental": pesquisando, refletindo e debatendo sobre o tema, da autoria de Rosana Glat e de Rute Cândida de Freitas (Rio de Janeiro: Editora Sette Letras, 2007, 3ª edição), podemos perceber que este tema, apesar de existirem alguns avanços positivos na discussão e compreensão do tema, ainda é marcado por muitos preconceitos  destaco algumas partes que nos servem para discussão.
"Falar sobre sexo durante muito tempo foi considerado um tabu. Falar sobre a sexualidade de pessoas portadoras de deficiência mais ainda. Entretanto, a partir da última década, este tema começou a receber bastante atenção tanto nos meios clínicos quanto académicos. De facto, raro é hoje em dia o congresso, encontro ou reunião de Educação Especial em que a questão"sexualidade e deficiência" não seja abordada. (...)" Relativamente à integração das pessoas com deficiência, "a proposta que se constitui na filosofia básica da Educação Especial no mundo todo, tem como pressuposto preparar as pessoas para viver o mais normalmente possível na comunidade. (...) Atitudes sociais, relacionamento com estranhos, independência de locomoção, profissionalização, participação política, cidadania, tudo isso tem que ser contemplado para que o deficiente tenha alguma chance de se inserir socialmente na comunidade".
"O obstáculo mais importante para a normalização das atitudes a respeito da sexualidade de pessoas com deficiência mental é provavelmente a noção errada de que elas são pessoas basicamente diferentes, que não têm necessidades normais, experiências normais, ou emoções humanas normais. Estas crenças têm destorcido a compreensão do seu desenvolvimento emocional e sexual, seus sentimentos e necessidades" (Symansky e Jansen, 1980).
"E este é o grande drama dos portadores de deficiências ou qualquer outro estigma: a partir do momento em que alguém é identificado (ou diagnosticado) como desviante ou anormal, todas as suas outras características ou atributos são subestimados, e ele passa a ser visto unicamente em termos da categoria estigmatizante. Ele deixa de ser uma pessoa e passa a ser apenas um exemplo do estigma".
Os estudos que se debruçam sobre esta questão têm comprovado que "a maioria das pessoas portadoras de deficiência mental (com excepção, talvez, de alguns portadores de síndromes específicas ou os muitos prejudicados com lesões cerebrais graves) têm desenvolvimento normal - embora em alguns casos mais tardio - das características sexuais, tanto físicas, quando psicológicas (SPOD, 1988). (...) Outro facto bastante importante apontado frequentemente pelos especialistas, é que, via de regra, pessoas portadoras de deficiência mental recebem pouca informação a respeito do funcionamento do seu corpo".
"A questão que se coloca hoje em dia não é mais se os jovens devem ou não receber uma educação sexual, mas sim quais as formas e os agentes mais adequados para transmitir estas informações". Outras conclusões do estudos indicam que "as pessoas portadoras de deficiência são perfeitamente capazes de manter relacionamentos afectivos, e esses relacionamentos são de importância fundamental para as suas vidas".
"Para que um indivíduo possa ser integrado socialmente ele tem que antes de tudo estar integrado consigo próprio. E a integração pessoal nos seres humanos passa inegavelmente pela aceitação e desenvolvimento pleno da sua sexualidade".


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